domingo, 27 de fevereiro de 2011

Reportagem Correio da manhã 27 Fevereiro 2011

Anabela Braz Pires nasceu na Cova da Piedade, em Almada, a 22 de Setembro de 1976. Começou a cantar aos oito anos e aos 12 venceu a Grande Noite do Fado. Participou em vários musicais e lançou até ao momento oito discos



Aos 34 anos, Anabela é já o exemplo de uma artista realizada. Com novo disco e mais afastada dos musicais, garante que não se zangou com Filipe La Féria e manifesta desejo de formar família.

Correio da Manhã – Está na estrada com uma digressão, ‘Nós’, em que canta temas dos anos 50, 60 e 70. Como é recriar uma época que não viveu?

Anabela – É muito interessante. Apesar de não ter vivido nessas décadas, sempre gostei muito das canções dessa altura. Aliás, eu gostava muito de ter vivido nos tempos dos reis da rádio, quando apareceram grandes cantores.

– Como é que começou a cantar?

– Nem sei bem. Lembro-me de ter uns quatro ou cinco anos e andar a cantar pela casa, penso que qualquer coisa do Roberto Carlos.

– E já havia cantores na família?

– Não. Na minha família, apenas o meu avô materno cantava fado, mas de uma forma muito amadora. De resto, nunca ninguém teve muito jeito para cantar [risos]. Mas havia muita música. O meu pai ouvia imenso Frank Sinatra e Nat King Cole. Já a minha mãe ouvia mais Madalena Iglesias e Tony de Matos.

– Era daquelas crianças que já sonhavam ser cantora?

– Sim, as minhas brincadeiras giravam muito à volta disso. Lembro-me de subir para cima das mesas para cantar e representar. Tudo servia para microfone.

– Já leva muitos anos disto. Tem valido a pena?

– Sim, tenho tido uma carreira cheia de trabalho, com muitas coisas diferentes, muito público, muito reconhecimento e muitos espectáculos. E sou muito feliz por isso. São 25 anos só de coisas boas.

– Mas não se arrepende de nada?

– Não. Não tenho do que me queixar. Sempre tive óptimos convites e grandes papéis. Até houve trabalhos em que não tive como dizer que não. Curiosamente nunca precisei de procurar trabalho.

– Alguma vez sentiu que estava mais dedicada ao trabalho do que a si própria?

– Acho que às vezes o lado profissional e o lado pessoal andam tão misturados que é muito difícil separá-los. Eu preciso dos dois mundos. Por um lado, preciso do meu trabalho para ser feliz, mas também preciso do meu lado emocional e relacional para me sentir bem. É verdade que eu tenho dado muita primazia ao trabalho, mas também tenho tido uma vida pessoal rica e cheia.

– Também defende que a vida de artista pode ser muito solitária?

– Não. Nunca me senti só. Sempre preservei muito a amizade e quanto às relações amorosas acho que tenho vivido bem com isso. As pessoas que estão comigo têm compreendido o meu lado profissional.

– Mas nunca sentiu vontade de formar família e de ser mãe?

– Claro que sim. E muito [risos]. Quero ser mãe e vou fazer por isso.

– Já estabeleceu uma meta?

– Não. Mas quero ser mãe muito em breve.

Correio da manhã 27/02/2011

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